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Águas do Cerrado: articulação coletiva aliada à governabilidade para evitar um cenário distópico

Atualizado: 28 de mar. de 2023

A Vida do Cerrado, no mês da II Conferência Mundial da Água, prepara um especial de textos e outros conteúdos voltados para a relevância das águas do Cerrado, especialmente as subterrâneas, no cenário nacional e do mundo


por Maria Alice dos Santos, Núcleo de Comunicação e Engajamento

Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás



Para abrir com chave de ouro este mês de março, dedicado ao debate das águas no cenário local, nacional e global, as águas subterrâneas do Cerrado são destaques importantes!


Conhecido como o berço das águas, ou caixa d’água do Brasil, nascem no Cerrado oito das doze principais bacias hidrográficas: a bacia Amazônica, do Rio Tocantins-Araguaia; a Atlântico Nordeste Oriental, a bacia do Parnaíba; do São Francisco; do Atlântico Leste; a bacia do Paraná e a do Paraguai. Vale ressaltar, também, que estão localizados no Cerrado três dos principais aquíferos do país, incluindo o mais famoso deles, o Guarani. Compõem a tríada o aquífero Bambuí e o Urucuia.


Discutir a preservação do bioma - e, diretamente, de suas águas subterrâneas - envolve a atuação de políticas públicas locais e internacionais, dada a importância das bacias para outros países latino-americanos. Essenciais para a sobrevivência humana, as águas abaixo da crosta fazem a manutenção das vazões nos cursos d’água e da vegetação nativa, por exemplo, especialmente nos períodos de seca.


De acordo com reportagem da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), divulgada em 2021, “estudos apontam que cerca de 24% das vazões dos rios brasileiros (vazão média anual de 179.433 m³/s) e 49% das vazões mínimas (considerando 95% de permanência) são provenientes das águas subterrâneas”. Entretanto, os lençóis freáticos localizados no sudeste, centro-oeste e centro-leste de Mato Grosso, oeste da Bahia, sudoeste de Goiás e norte de Mato Grosso do Sul são pontos críticos e vulneráveis à contaminação, e demandam atenção pública. Esses são dados de 2016, fornecidos pela instituição.


A partir de significativa relevância sócio-ambiental, cultural e econômica, o especialista em Hidrologia Jorge Enoch Furquim, em artigo de 2011, dimensiona o bioma. “Considerando apenas questões como as de abastecimento, indústria, irrigação, navegação, recreação e turismo, já poderiam ser gerados diversos índices e números que mostram o quanto as águas do Cerrado representam para o Brasil”, afirma. Baseados nesses parâmetros, é importante considerar o impacto da preservação do Cerrado para e pelo agronegócio e, também, para a matriz energética brasileira, majoritariamente hídrica.





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