top of page
Foto do escritorA Vida no Cerrado

Arara-canindé – no coração do país

Exuberantes e inteligências, as araras-canindés estão cada vez mais ameaçadas em razão da perda de hábitat e, principalmente, o tráfico de animais silvestres


por Ludmilla Alves, Núcleo de Educação Socioambiental e Comunicação Científica



Imagem por Ludmilla Alves


[...] Deixa eu me apresentar, Que eu acabei de chegar. Depois que me escutar você vai lembrar meu nome! É que eu sou de um lugar onde o céu molha o chão, céu e chão gruda no pé, amarelo, azul e branco [...] (Amarelo, azul e branco, 2021).

Quando AnaVitória cantam essa canção, trazem muitas lembranças e referências de suas raízes, vivenciam o Cerrado no coração do país. Uma bela poesia que traz impressões de uma fauna colorida e exuberante. Dentro de um bioma tão rico e ameaçado como o Cerrado, podemos referenciar uma espécie que, com certeza, traz consigo o amarelo, o azul, o branco e todos que “escutarem” vão lembrar seu nome! A incrível arara canindé.



Imagem por Ludmilla Alves



De nome científico Ara ararauna, faz parte da família dos Psitacídeos (Psittacidae), que incluem araras, periquitos, papagaios e outros mais. Assim como vários integrantes dessa família, as araras canindés possuem uma vocalização alta e forte, porém distinta de outras espécies do mesmo grupo.


É facilmente identificada dentro da família por suas cores, possui um azul-intenso na parte superior do corpo e um amarelo-vivo sob as asas e cauda. Outra característica marcante é a face nua, como todas as espécies dentro do gênero Ara, mas essa face é marcada por pequenas penas pretas enfileiradas, além de uma “colar” de penas pretas no pescoço e a testa com penas verdes.

Imagem por Ludmilla Alves


De hábitos florestais, as araras-canindé são encontradas em florestas de galerias, veredas e estão bem associadas à palmeiras em geral, como buritis e babaçus. Apesar de sua presença marcante no Cerrado, a espécie possui uma distribuição geográfica bem ampla no Brasil, indo da Amazônia até o Paraná.


Mas isso não faz com que as araras-canindés estejam protegidas da extinção, muito pelo contrário, traz cada vez mais ameaças, como a perda de hábitat e, principalmente, o tráfico de animais silvestres. O fato de haver cada vez mais desmatamentos e degradação de ambientes naturais acaba “empurrando” os animais silvestres para as cidades. A exuberância e inteligência desses indivíduos chamam atenção e muitas pessoas acabam criando as araras como animais de estimação (Pets).



Imagem por Ludmilla Alves



A arara-canindé é uma espécie que se adaptou aos centros urbanos, por isso é vista com frequência em grandes bandos nas cidades, facilitando esse contato com pessoas, porém trazendo mais algumas ameaças a espécies, que acaba ficando sujeita a poluição sonora, colisão com redes elétricas e edifícios, ataque de animais domésticos, atropelamento, entre outros.



Imagem por Ludmilla Alves



Existem hoje, vários projetos de conservação e monitoramento dessas araras urbanas, contribuindo muito para que a população tenha conhecimento sobre a espécie e diminua muitas vezes o tráfico e o conflito com esses animais.


Assim como todas espécies da nossa fauna, as araras-canindés são únicas e fazem parte do equilíbrio dos ecossistemas em que vivem, por isso devemos conhecer cada vez mais os nossos biomas, para que possamos preservar e lutar para manter viva toda a biodiversidade, principalmente do nosso Cerrado.



Imagem por Ludmilla Alves



Referências:


CONSELHO BRASILEIRO DE REGISTROS ORNITOLÓGICOS (Brasil) (org.). Espécies de aves registradas no Brasil. 2023. Disponível em: www.cbro.org.br. Acesso em: 28 maio 2023.

WIKIAVES (org.). Ara ararauna. 2023. Disponível em: www.wikiaves.com.br. Acesso em: 29 maio 2023.


INSTITUTO ARARA AZUL (Brasil) (org.). Projeto aves urbanas. Disponível em: www..institutoararaazul.org.br. Acesso em: 29 maio 2023.


Ridgely, Robert S. Arara-canindé – Ara ararauna, página 115, in Gwynne, John A.. Ridgely, Robert S.. Tudor, Guy & Argel, Martha, 2010. Aves do Brasil Vol.1 I. Pantanal e Cerrado. Editora Horizonte.


SIGRIST, Tomas. Aves do Brasil Oriental: guia de bolso. São Paulo: Avisbrasilis, 2015. 336 p.


Amarelo, azul e branco. Intérprete: AnaVitória e Rita Lee. Compositoras: Ana Clara Caetano e Vitória Fernandes Falcão. In: Cor. São Paulo, 2021.

666 visualizações3 comentários

Posts recentes

Ver tudo

3件のコメント


Imagens lindas demais! As canindés são de uma beleza incrível!

いいね!

Cayo Alcantara
Cayo Alcantara
2023年8月03日

Goiânia tem várias canindés. Amo ouvi-las cantar pela cidade.

いいね!

Cayo Alcantara
Cayo Alcantara
2023年8月03日

Que bicho incrível.

いいね!
bottom of page